quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O descompasso do marketing esportivo no Brasil

Algumas noticias da ultima semana, e especialmente me chamaram a atenção.
A primeira, veiculada em diversos canais foi a da proposta do Corinthians de erguer seu estádio com recursos de alguma empresa disposta a “patrocinar” o estádio, pratica recorrente mundo afora e quase nula no Brasil chamada naming rights, ou em um arranjo: direito de nome. Ou seja, a empresa que estiver disposta a bancar a construção do estádio terá direito a colocar a sua marca como nome do estádio durante um período de tempo acertado pelas partes. Um caso de sucesso é o Emirates Stadium do Arsenal da Inglaterra. Um caso tupiniquim oposto é o da Kyocera Arena, para quem não conhece a Arena da Baixada, estádio do Atlético Paranaense. Aqui no Brasil é comum o uso de naming rights em casas de shows e espetáculos, tais como o Claro Hall no RJ ou o Credicard Hall em São Paulo.
Porque o naming rights funciona no Brasil com as casas de show e não funcionam com os complexos esportivos? A principio pelo descompasso de interesses entre os diversos envolvidos. Basicamente, quando um grande time como o Corinthians vai jogar, atrai atenção da imprensa de diversas mídias, que não tem acordo com o patrocinador do complexo esportivo, e por isto mesmo não vai citar o nome da empresa sem receber por isto.
Ou seja, falta o alinhavo entre a empresa patrocinadora, o clube e a imprensa. Ouve um tempo que as grandes emissoras de TV quando transmitiam um jogo davam “um jeitinho” de não expor a logo dos patrocinadores dos clubes. Valia tudo, ângulo de câmera, efeito borrão, etc. Quando sentou-se na mesa clubes, patrocinadores e imprensa estipulou-se regras para a transmissão de partidas, como a proibição de desfocar ou outros “jeitinhos” para evitar as perdas dos patrocinadores, que investem muito para expor sua marca. E evoluímos para as salas de imprensa com fundos plotados, etc. O que falta para o naming rights pegar então? Mais uma rodada de negociações e acordos que satisfaçam todas as partes. E quem sabe partiremos para mais este passo na profissionalização do esporte bretão?
Outra noticia de descompasso que acompanhei saiu hoje. Inicialmente vi a noticia no Twitter do técnico Mano Menezes, e na sequência diversos canais eletrônicos já ditavam a noticia.
Mano Menezes é agora patrocinado pela Kaiser. Ok, mas a seleção não é patrocinada pela Brahma? Como funcionário da seleção o técnico não estaria “jogando” contra o patrimônio de uma das empresas que paga o seu salário? Não que este fato seja novidade, afinal de contas o ex-treinador da seleção Dunga era patrocinado pela Oi enquanto a seleção exibia o patrocínio da Vivo. Mas ainda sim, esta historia toda me causa muita estranheza, afinal de contas o cara é patrocinado por uma marca e quando vai dar entrevista coletiva aparece com um agasalho com a concorrente estampada. Se o contrato entre as partes não prevê nada a respeito disto, a ética pessoal ou profissional deveria valer para evitar esta situação de desgaste de 3 marcas: a da Brahma, da Kaiser e principalmente da marca Mano Menezes.
Concorda? Discorda? Opine aqui.

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Marcus Nunes