quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Estratégia de Vendas da Renata

Qual a melhor estratégia de vendas e marketing do mundo?


Qual a receita de sucesso para deixar consumidores satisfeitos e gerar recompra?

Fico as vezes analisando algumas campanhas promocionais de lojas, bancos, empresas aéreas e outras que descrevem as maravilhas de ser cliente desta empresa em detrimento de outras.

Tudo muito lindo, muito bacana, afinal de contas quem não se comunica se trumbica, ou a propaganda é a alma do negócio, certo?

Mas de que adianta descrever as maravilhas de uma loja de departamentos por exemplo, e quando você vai até a loja é mau atendido? Ou não tem acesso ao preço de um produto de forma prática?

Vivi isto na prática esta semana. Fui até uma loja de utilidades domésticas esta semana.

Vários itens não têm seus preços em etiquetas ou alguma outra comunicação. Ou seja, você tem que procurar um vendedor para consultar o preço. Na loja notei um grupinho de vendedoras que percorria toda a loja juntas, conversando alegremente, como se estivessem passeando. Passando pelos clientes sem ao menos fazer contato visual. Para descobrir o valor de uns copos tentei fazer contato visual, acenar, chamar... e nada. Atravessei a loja e chamei uma vendedora que veio atrás de mim visivelmente irritada, afinal de contas eu deveria estar atrapalhando o papo delas...

Pegou os copos e foi atrás do valor. Voltou, me informou o valor e sem questionar nada, ou tecer comentários, ou se colocar a disposição girou nos calcanhares e voltou a animada conversa. Imagino que deva ter chegado no grupinho perguntando o que ela havia perdido enquanto atendia um chato de um cliente.

Neste mesmo momento escutei um “Parabéns Renata”, anunciado pelo sistema de som da loja.

Continuei com as compras e volta e meia escutava este mesmo recado pelo sistema de som da loja. Como só isto foi dito nos altos falantes não identifiquei o porque.

Neste instante uma vendedora se aproxima de maneira bem solicita e pergunta se precisamos de alguma coisa, se não achamos algum item ou se precisamos de verificar algum valor.

Agradecemos pela atenção e antes de se afastar a vendedora soltou:

- Se precisarem de alguma coisa podem me chamar, meu nome é Renata.

Entendi neste momento o porque do parabéns.

Realmente a Renata é uma vendedora que faz a diferença, e com certeza deve ter uma comissão maior no final do mês, o que a faz permanecer sendo gentil e recebendo parabéns.

Moral da historia. Fazer propaganda é essencial, mas manter um bom atendimento é básico, primário e essencial. Uma boa propaganda pode levar um cliente a entrar em sua empresa para comprar. Mas se ele vai comprar, se vai voltar ou ainda se vai indicar para os seus conhecidos depende exclusivamente da experiência de compra que ele teve no local. E a experiência de compra depende da layout da loja, da ambientização, da climatização, da circulação e, principalmente, do atendimento.

Como eu já disse, isto é o básico, deve vir antes de tudo. É bom atendimento depende muito mais da atitude das pessoas do que qualquer coisa. Ou seja, além de tudo o investimento é baixo.

Então recado aos gestores de marketing de empresas: pensem em atendimento e experiência de compras antes de pensar em anunciar no intervalo da novela das 8.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Marketing esportivo e o Ronaldinho Gaucho no Flamengo

Mais do que o bom futebol que o jogador Ronaldinho Gaúcho apresenta, Grêmio, Palmeira e Flamengo disputavam milhões de reais que o jogador renderá aos cofres do Flamengo.

Até hoje, as receitas dos times vinham basicamente de 5 fontes:

- Renda de direitos de televisão

- Vendas de ingressos

- Licenciamento da marca para objetos diversos e vendas de camisas

- Venda de jogadores

- Patrocínios

Hoje com estratégias pautadas na gestão de marketing, os clubes, liderados pelo São Paulo há muito tempo e nos últimos anos aperfeiçoado pelo Corinthians com a contratação de Ronaldo há dois anos, descobriram um mapa da mina de recursos.

A contratação de atletas do porte e fama de Ronaldo e Ronaldinho Gaucho, ou a manutenção de jovens estrelas como Neymar ou Paulo Ganso faz com que as receitas de um clube sejam multiplicadas. Contratos extras de patrocínio (calção, embaixo do braço, etc), eventos especiais, vendas de camisas personalizadas, bonecos estilizados, jogos exposição, e poder de barganha para aumentar valores de ingresso, direitos de televisão e patrocínios vigentes são só o começo da bonança. Segue-se aumento no número de torcedores, aumento da exposição do clube internacionalmente, maior valorização dos passes de todo o plantel de jogadores, etc.

A profissionalização do futebol, ainda que devagar, é um caminho sem volta no Brasil, e ele passa, necessariamente pelo departamento de marketing dos clubes. São eles que com estratégias bem pensadas levarão os clubes do lado passional do torcedor para o lado profissional das empresas. Mas como toda empresa e toda estratégia de marketing, para dar certo e render frutos, esta estratégia tem que ser pensada para o longo prazo, e ser consolidada, para que uma derrota em final de campeonato, ou a troca de comando no clube não altere os rumos deste planejamento.

Quem ganha com isto, além dos cofres dos clubes, é o torcedor, que terá a oportunidade de ver em ação jogadores de ponta, tanto brasileiros quanto estrangeiros, que em breve começarão a aportar por aqui em maior número.

Então, em defesa do Flamengo, aos que dizem que foi um mau negócio para o time e que preferiam que se contratassem 10 bons jogadores invés de um Ronaldinho vai a dica: um Ronaldinho Gaucho gera mais divisas ao clube do que o seu salário. Mesmo sem jogar o atleta vai render muito ao Flamengo, talvez não renda títulos, mas com certeza renderá dinheiro suficiente para contratar vários bons jogadores.