sábado, 28 de agosto de 2010

Marketing político e os sabões em pó! Qual limpa melhor?

Ontem a noite estava no meu carro e escutei um comentário da Dora Kramer, da Band News FM sobre uma pesquisa que apontou um “cansaço” do brasileiro com a propaganda partidária.
Como sempre com bons comentários a Dora concluiu comentando que a “formula”, vigente desde 1989 tem que mudar.

Pois é, esta é a campanha das mudanças. Como as pinturas e cartazes em muros e postes estão proibidos as ruas estão mais limpas, pois apenas a distribuição de santinhos e colocação de faixas e placas temporárias são permitidas.

Agora na TV e no rádio o que temos é uma “evolução” dos programas. Antes utilizados para apresentar programas de governo hoje são programas publicitários que apresentam os candidatos com “solução” para todos os problemas.

Bom, voltemos um pouco na teoria da publicidade (me perdoem, será de forma bem “rasa”).

Uma boa propaganda é aquela que apresenta um problema e a solução para este problema.

Mesmo que seja um problema que você nunca se deu conta, e que te faz pensar depois do termino do comercial: Poxa, como vivi sem isto até hoje?

A publicidade vende solução para os problemas, vende sonhos...

Então os políticos se dividem em dois:

Situação: São os que estão no poder. Estes mostram os problemas que já foram resolvidos, os que estão sendo resolvidos e colocam em cima um verniz de novidade em cima de sua imagem. Em uma visão de produto, seriam como o sabão em pó Omo, que já é líder de mercado, mas sabe que se não inventar de vez em quando um ingrediente X, colocar um amaciante junto com o sabão ou mudar a embalagem seus consumidores podem troca-lo pelo Ariel.

Oposição: Estes colocam o dedo na ferida. Mostram os problemas atuais, destacam suas qualidades como solucionadores de problemas e se mostram como “O Novo”, mesmo que este novo já não seja assim tão novo... São como o sabão em pó Ariel. É sempre a novidade das prateleiras do supermercado. Lava a roupa muito bem, mas está de fora do lar da maioria dos consumidores. Então investe em ponto de venda, em comercial de TV, faz teste de limpeza e procura conquistar os consumidores em outras frentes, afinal tem o apoio de celebridades que lavam roupas com Ariel.

Ok, a comparação termina aqui. Se nas gôndolas o Omo será ainda por um bom tempo o preferido das donas de casa, na política tudo pode mudar, afinal de contas, até de partido os elegíveis da vez podem mudar. Tudo para estar sempre por cima.

Então continuemos pelos próximos dias ainda assistindo políticos caminhando pelas ruas abraçando o povo, prometendo mundos e fundos, lendo na TV e no rádio falas escritas por publicitários experientes em marketing político que os “dirigem” para que pareçam o mais natural possível.

É Dora, realmente o formato está desgastado. Novas formas de interação são necessárias, talvez tanto quanto uma renovação no jeito de se fazer política. Acima de tudo deveríamos estar assistindo ao debate de idéias, propostas, que deveriam ser registradas em cartório, e com a pena de se não cumpridas garantisse ao candidato ator no mínimo a inegibilidade eterna.

Talvez com a imagem dos políticos renovada os “comerciais” eleitorais fossem mais digeríveis. Alias, um dos princípios da propaganda é nunca prometer o que você não pode entregar. Se você promete o que não cumpre o Conar retira seus comerciais do ar e o Procom pode te processar.

Pensem nisto!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Programas de fidelidade

Depois de mais um longo e tenebroso inverno estamos de volta.


Me aconteceu algo no mínimo curioso esta semana.

Como bom profissional de marketing gosto de viver as experiências que as empresas e suas marcas me proporcionam. Por isto, sempre respondo pesquisas, participo de campanhas e programas de incentivo, concursos, promoções e outros.

É sempre muito valido este exercício, pois te permite participar do processo com olhos de consumidor e com olhos de profissional.

Pois bem, um destes programas que participo é o da rede de farmácias Droga Raia.

Eles tem uma ferramenta bem interessante dentro de seu sistema. Toda vez que você vai comprar algo, antes de processar sua compra o atendente lhe pergunta se você é participante do programa. Em caso positivo lhe é solicitado o número de identificação no programa (número próprio, CPF ou Identidade). Após entrar com estes dados o sistema retorna com "ofertas especiais" para aquele cliente.

Como profissional de marketing, acho uma grande sacada, mas...

O sistema tem um grande furo. Pergunta:

Se eu tenho todos os seus dados (sexo, data de nascimento, etc, etc, etc) além de seus hábitos de compra (itens comprados, peridiocidade da compra, ticket médio, etc) eu tenho a capacidade de lhe oferecer ofertas especiais que farão você comprar certo? Afinal, este método visa estimular o consumo por impulso. Eu estou no PDV, recebo uma oferta bacana que me faz comprar, correto?

Na teoria tudo é muito bacana, porém no referido sistema da referida drogaria o sistema me retornou ofertas imperdíveis para um homem:

- Esmalte com 15% de desconto

- Absorvente com 10% de desconto

Tudo bem, alguém vai dizer que poderia ter comprado para alguma mulher da minha vida ou sei lá...

Mas, normalmente compramos por impulso algo de necessidade ou utilidade pessoal. Ninguém compra um pente por impulso se for careca...

A lição que devemos tirar aqui é que um sistema de sugestões, que tem por objetivo estimular compras por impulso deve ser muito bem amarrado, oferecendo o produto certo para o cliente certo na hora certa...

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