quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Marketing turístico, ou a arte de realizar sonhos

Conceitualmente uma viagem de turismo é o deslocamento de uma ou mais pessoas de sua cidade de origem até outra cidade para lazer, descanso e conhecimento de outras culturas, monumentos e outros.

Agora se você trabalha na cadeia produtiva do turismo deixe seu conhecimento técnico de lado por um minuto e deixe apenas o seu lado turista em foco. Se você não trabalha com turismo, mas gosta de viajar não precisa fazer nada, só seguir lendo.

Quem viaja a lazer viaja para satisfazer um desejo, um sonho. Sonho, aqui está a nossa palavra chave. É aqui está o caminho para promover um destino, um hotel ou um pacote: transforme-o no sonho do seu cliente.

Vejamos o que Kotler e Keller tem a nos falar sobre o que é marketing:

“Marketing é um processo social por meio do qual, pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros.” (KOTLER e KELLER, 2006).

Ok, sabemos o que as pessoas necessitam: Descansar, viajar, conhecer, explorar...

O produto que vamos oferecer a elas não é uma viagem. Vamos oferecer a elas a realização deste sonho de descaso, de lazer, de uma lua de mel, etc.

Estamos todos na mesma página agora? A partir de agora um produto turístico deixou de ser uma simples viagem, virou sonho. E como vendemos sonhos?

Simples: fazendo o consumidor sonhar ainda mais. Várias podem ser as motivações de um consumidor para realizar uma viagem, e várias podem ser as lembranças que este vai trazer na bagagem. Mas antes de qualquer coisa já adianto, dificilmente algum consumidor sonha com o tamanho da cama ou se esta é Box ou com colchão normal. O sonho é mais sensorial e emocional. Sonha-se com cheiro de lavanda de uma fronha macia, sonha-se com a sensação de bem estar e acolhida que só um sorriso sincero pode nos proporcionar. Sonha-se com o gosto bom do café da manhã. O sonho nunca é com o tamanho e tipo da TV, se é de LCD, led ou tubo. Não que isto não seja importante, até é, mas não é diferencial.

Então, na parte prática, um folheto de hotel deveria ter mais sorrisos e menos quartos, tentando traduzir a sensação de acolhida. Fotos de quartos de hotéis podem ser manipuladas em photoshop para esconder uma pintura desgastada, um quarto pequeno, ou mau iluminado. O sorriso ilumina o sonho. Fotos do café ajudam a dar a dimensão para o olfato daquela experiência. Detalhes técnicos de passeio poderiam ser trocados por dicas de passeios agradáveis, de locais para se mergulhar na cultura do local e trazer muito mais do que fotos na bagagem, trazer também uma experiência inesquecível e contagiante, que fará o consumidor a disseminar esta experiência, indicando aos amigos e parentes esta incrível experiência.

Voilá, mais consumidores dispostos a sonhar com o seu produto.

Queria fazer esta introdução antes de darmos seguimento a outros artigos sobre o tema.

Até depois!

Um comentário:

  1. Navegando por alguns blogs hoje me deparei com este artigo postado pelo Sandro Magaldi, abordando o mesmo tema. Vale a leitura:
    http://www.sandromagaldi.com.br/2010/08/pare-de-vender-coisas/

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Marcus Nunes